Geração solar atinge marca histórica de 1 TW

A energia solar fotovoltaica alcançou a incrível marca de 1 TW de capacidade instalada no mundo. A performance da energia renovável passou, em 20 anos, de 2 GW globais para a marca histórica no final de junho de 2022. No período de 2002 a 2018, a fonte chegou a 500 GW, mas, nos últimos três anos, dobrou de volume. Mesmo com os impactos gerados pela pandemia, em 2021 foram instalados 200 GW no mundo. Hoje, as fontes solares ficam atrás apenas da energia hídrica em termos de energia renovável.

Os dados foram disponibilizados no Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026, relatório de referência para os avanços do mercado de energia solar no mundo e projeções de crescimento. O foco desta edição é a América Latina, região que cresceu 44% em 2021, desempenho puxado pelo Brasil e Chile, principalmente.

Um terço da energia renovável no planeta está a cargo das fontes solares. A expectativa é que, em 2025, a capacidade seja dobrada novamente, superando os 2 TW, caso o mercado mantenha o crescimento esperado.

Em 2021, eram 3.063 GW de renováveis no mundo, pouco mais de 3 TW. A energia das hidrelétricas, em capacidade instalada, era de 1.360 GW (ou 1,36 TW). Energia solar registrava 0,849 TW, segundo dados da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês). A energia eólica, por sua vez, estava bem próxima, com 0,824 TW. Bioenergia somava 0,143 TW.

Líder do mercado, a China registrava 306,4 GW de capacidade instalada em 2021. Como comparação, a matriz elétrica brasileira, com todas as fontes somadas, é de 190 GW.

Em segundo lugar, os Estados Unidos registraram, no mesmo período, 93,7 GW, seguidos por Japão, Alemanha e Índia. O Brasil ocupava a 13ª posição em 2021.

Com sede em Bruxelas, a Solar Power Europe reúne mais de 260 organizações do setor de energia. O Brasil foi um dos principais destaques do relatório da instituição que, em suas ambiciosas projeções, acredita que o País pode alcançar a marca de 54 GW de capacidade solar até 2026.

De acordo com o presidente executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Rodrigo Sauaia, o País contabilizou 5,7GW em novos sistemas solares, considerando a soma entre grandes usinas e os sistemas de geração própria instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

Atualmente, a fonte ocupa a quinta posição na matriz elétrica brasileira, com 15,3GW de capacidade instalada em operação. Dados da instituição apontam que o setor acumulou R$ 82 bilhões em investimentos para o País, além de evitar a emissão de 22 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

 

Sauaia alega que, desde 2019, a energia solar é a fonte mais barata de geração de energia elétrica no Brasil. Ele lembra que, no primeiro leilão da fonte, em 2013, em Pernambuco, o preço foi de US$ 100 o MW/hora. “No último leilão, em 2021, havia caído para US$ 30 o mesmo megawatt”, diz ele. “O preço caiu mais de 70% em uma década.”

A explicação está na evolução tecnológica, que proporcionou equipamentos mais eficientes e ampliação da capacidade produtiva global.

“A nova legislação de geração distribuída tornou as regras do mercado mais claras e deu mais segurança e previsibilidade para o setor crescer”, declarou o executivo.

Em sua palestra na Intersolar Europe, o maior evento do setor na Europa, com mais de 50 mil participantes, Sauaia disse que a capacidade solar fotovoltaica acumulada na América Latina ultrapassou 30 GW. “O mercado cresceu na região mais de 40 vezes desde 2015.”

Na região, quatro países respondem por aproximadamente 89% de toda a potência instalada einvestimentos em energia solar — Brasil (43%), México (21%), Chile (15%) e Argentina (3%).

“O mercado brasileiro é um dos mais promissores em energia solar no mundo”, diz o executivo.

“Armazenamento é uma tendência importante e uma oportunidade para o Brasil”, segue Sauaia.

Na feira Intersolar, em Munique (Alemanha), foram apresentadas inúmeras novas tecnologias de baterias.

Os sistemas solares flutuantes, que podem ser colocados sobre as águas de lagos, rios, açudes, hidrelétricas, também registraram crescimento. “Ajuda a diminuir a evaporação da água em 70% na superfície coberta”, diz ele. Já existem algumas unidades instaladas no Brasil.

Outro uso que vem despertando interesse é em áreas produtivas rurais. As usinas solares ficam sobre a área de plantio gerando energia. Os painéis fazem sombra para cultivos de hortaliças, por exemplo.

No cenário europeu, políticas públicas vêm fomentando e expandindo edificações que gerem sua própria energia. O compromisso do bloco é de produzir ao menos 40% de sua eletricidade por fontes renováveis até 2030. É uma das medidas fundamentais para atingir a meta de redução de 55% de emissões de gases-estufa até 2030 e ser neutro em carbono em 2050.

Com uma meta ambiciosa, a Alemanha pretende conseguir 80% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis até 2030 e 100% em 2035.

“A geração de hidrogênio verde também é um tema muito importante nos países europeus que querem descarbonizar e livrar-se da dependência dos combustíveis importados da Rússia, por conta da guerra”, continua Sauaia.

Outro desafio da fonte solar é a redução do impacto ambiental na exploração de insumos como silício, alumínio, vidro, cobre e prata.

  • Categoria: Notícias
  • Data: 13/07/2022

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